Mais uma vez Rio de Janeiro

Bom,  há um tempo atrás a Jenny fez um post aqui sobre o problema da violência no Rio de Janeiro. Na época apareceu até gente dizendo que não era bem assim, que na verdade é um problema “social”. E hoje nós vemos novamente tudo se repetir, com o tiroteio em São Conrado.

O que é a Rocinha? É uma imensa favela onde o tráfico impera. E para os defensores do papinho “social”, só esse ano foram investidos quase R$ 300 milhões lá. Quem não gostaria de ter tido pelo menos um pouco dessa quantia investida em seu bairro, já que todos andam caindo aos pedaços? Aliás, lá existem terrenos que valem milhões, como pode ser visto nessa reportagem.

Enfim, o chefe do tráfico de lá resolveu praticar a nobre e cultural atividade de ir ao baile funk da favela vizinha. Sim, porque no Rio funk é cultura por lei, não importam as imensas evidências de envolvimento dessa indústria com tráfico e o mal que causa a sociedade ao propagar uma “música” (muitas aspas por favor) intelectual  e musicalmente de baixíssimo nível, além de ter letras fazendo apologia a vários tipos de crime e a pedofilia, entre outras coisas. E no dia da votação dessa lei não houve UM deputado estadual que ousasse defender a voz de grande parte da população contrária a essa absurda lei.

Pois bem, ao retornar dessa atividade, o nobre cavalheiro, acompanhado por dezenas de soldados do tráfico armados até os dentes desfilou por várias ruas do bairro que possui o IPTU mais caro do Rio com armas em punho. Até que se deparou com alguns policiais que obviamente reagiram a tiros. Então começou a guerra, terminando com o sequestro dentro do Hotel Intercontinental.

Agora, diante das notícias eu pergunto aos “sociais”: R$300 milhões por ano é pouco? Quanto vocês querem? 1 bilhão? Assim os bandidos vão se satisfazer pela “justa distribuição de renda” e deixar os cidadãos em paz?

Não vão. Banditismo nunca foi uma questão financeira. Tem até um fator econômico, mas ele é flagrantemente supervalorizado. Tem a ver principalmente com valores morais.

Falando nisso, vamos falar de um valor… coragem. O que dizer do depoimento de certos moradores, afirmando que a polícia agiu errado? Peraí, vamos entender bem. Dezenas de bandidos andam com armas a luz do diz pelas ruas e o único erro que o indivíduo vê foi que a polícia reagiu mal? O que eles deveriam ter feito, se escondido? Escoltado os “cavalheiros” gentilmente até a favela? Em que mundo ele vive?

No mundo da “falsa paz”. Hoje as pessoas são totalmente alienadas, vivem em uma sociedade violenta mas pensam que estão em um mundo maravilhoso onde todas as idéias abstratas dos direitos humanos e instituições estatais funcionam maravilhosamente bem. Então um bando de bandidos surge em plena luz do dia e ele não entende nada, porque não era isso que lhe disseram.

Pois bem, o mundo não é de paz, é de guerra. Penso que devemos agir como nossos avós e bisavós. Eles enfrentaram guerras mundiais. Eram convocados para lutar e iam. Tinham os pés no chão, sabiam que o mundo real era bem diferente das idéias dos intelectuais. Então faziam o que achavam que tinha que se feito com as circunstâncias que a realidade apresentava. Certos ou errados, ao menos encaravam a realidade.

Hoje não. As pessoas ficam tontas, não sabem o que fazer. Então fazem passeatas e dão declarações como se o mundinho delas fosse voltar aos eixos por causa disso. Mas não volta. Lutar? Se revoltar? Reagir? Nunca, eles não poderiam “sujar suas mãos” assim…

E vem o choque de realidade, um depois do outro.

Solução? Não sei, duvido que alguém tenha uma solução perfeita. Na verdade uma única solução se aproximaria do mundo falso que foi criado. Acredito em pequenos avanços somados.

Mas para começar gostaria de propor algo para os cariocas:

1) Deixem de considerar banditismo reflexo de políticas sociais – pessoas com poucos recursos não perdem sua capacidade moral.

2) Estamos em uma guerra- aprenda a viver em um local de conflito. Esteja sempre atento, coloque na sua cabeça que talvez algum dia você terá que ter a habilidade e controle emocional necessários para escapar de algum perigo real ou vai ter que agredir alguém mesmo não querendo. Esse é o mundo. Esteja sempre atento. Seja como um soldado no campo de batalha. O perigo pode aparecer a qualquer hora.

3) Faça a sua parte – sim, você usa drogas e financia o tráfico? Suborna policiais? Mora em habitações irregulares quando tem condiçõs de morar em uma área regularizada apenas por conveniência? Sabe de algum esquema de corrupção ou de crime? Faça as coisas certas e denuncie as erradas. Mesmo que você ache que um telefonema ao disque-denúncia não vai adiantar nada não custa nada. Nada de acobertar o que está errado, na situação atual é melhor falhar por ser inflexível do que por dar “jeitinho”. De jeitinho em jeitinho fomos parar aqui.

4) Não se deslumbre por idéias bonitas mas abstratas. Veja se isso se encaixa a realidade.

5) Não se submeta a traficantes. Essa pode ser difícil e é necessária coragem. Se você estiver em uma situação extrema até pode ser forçado a submissão momentânea. Mas sempre tenha em mente que eles não podem dominar, armados ou não. Porque se eles dominarem o caos não vai parar nunca.  Não tenha por eles aquele respeito vindo do medo. Não faça igual aos moradores, que parecem ignorar o absurdo que é ver um comboio de bandidos circulando armado pela cidade. Diga NÃO, isso é um absurdo e NÃO pode acontecer de jeito nenhum. NÃO vou tremer de medo deles.  Enfrente-os com o que puder, mesmo que não com armas. Mas certamente não perdendo a coragem face a tudo o que acontece.

De um carioca cansado da apatia

Vídeo mostrando o tiroteio (reparem como os “desfavorecidos” dos bandidos colocam em risco a vida dos garis, que certamente devem ser riquíssimos)

By Shaoran

Tragédia anunciada

Hoje eu abro espaço aqui para algo muito sério: direito de locomoção. Ir e vir. Imaginem só uma cidade onde você fica ilhado em casa e praticamente não pode sair de lá. Pois essa cidade existe e é o Rio de Janeiro. Veremos o motivo:

Ônibus: velhos, sujos, mal conservados, sem nenhum compromisso com o horário, comandados por máfias. Isso se você der a sorte de não ser alvo da epidemia de baratas que inexplicavelmente atacam os veículos (detetização nos ônibus pra que, não é mesmo?) Duvidam: procurem no google sobre baratas nos ônibus do Rio e se deliciem com os casos. Ah, e por último e pior: insegurança. No ponto, enquanto você espera horas a fio pelo ônibus é muito comum a ação de assaltantes, afinal são as vítimas perfeitas: paradas, prestando atenção na rua e esperando horas a fio. E dentro dos coletivos é pior ainda. Além dos constantes assaltos você ainda pode ser agraciado com os “protestos” da “comunidade”, que educadamente colocam fogo em ônibus pq o coitadinho do bandido local foi morto em tiroteio. Isso pra mim só tem um nome: terrorismo.

Carro/moto: isso depende de dinheiro. E também tem seus riscos, bem grandes em algumas regiões. Fora os engarrafamentos, pardais (isso funciona muito bem), etc…

Vans: loteria. Tanto pode ser uma versão melhorada do ônibus como você pode pegar um animal dirigindo, que não dá a mínima para o cliente e muda o trajeto como bem entende. Isso considerando que o cara sabe dirigir… Não há fiscalização nenhuma. Fora que muitas delas tem ligação com bandidos, e eu não dou dinheiro para bandido.

Trem: verdade seja dita, melhorou muito nesses últimos anos. Mas continua ruim, pois faltam veículos, você se depara constantemente com pessoas pulando muro e andando na linha de trem, além de algumas linhas passarem em locais perigosos, dominados por traficantes.

A pé: opção considerável dependendo da hora, distância e local. Mas não dá para uma cidade grande. Isso considerando que você vai chegar a seu destino intacto.

Ah, mas sobra o metrô, único transporte com o mínimo de dignidade dessa cidade. Pois é, até esse conseguiram estragar. Hoje em dia está tão ruim que perde para ônibus e trem. E porque?

Tudo começou com uma constatação óbvia. A estação Estácio, que era a ligação entre as linhas 1 e 2, estava abarrotada. O trajeto dela até o centro da cidade (manhã) e do centro até ela era bem desconfortável. O sistema estava no limite.

Então como resolver:

1) Trens novos. A frota está muito defasada, depois de vários governos adiando a compra de novos carros. Afinal, não ia estourar a bomba na administração deles. Com isso o intervalo entre os trens cairia. Na minha modesta opinião, isso só já resolveria a situação, pelo menos por alguns anos.  Em uma época da minha vida pegava metrô na hora do rush e como passatempo contava no relógio o intervalo e o número de pessoas esperando os trens. 1 ou 2 minutos a menos fariam uma diferença imensa.

2) Terminar a linha 2. O projeto original previa a ida da linha 2 até a Carioca, no centro do Rio, passando pelo estácio e pela praça da Cruz Vermelha. O trecho que falta (Estácio-Carioca) é chamado de lote 29, e inclusive tem alguns trechos já escavados.

OK, mas tem um problema nisso. A mentalidade dos políticos. A solução 1 não trazia o impacto eleitoral de uma obra, além da demora para entrega dos trens, que só aconteceria depois das eleições. Na arena política fluminense, plantar algo que seu sucessor vai colher é impraticável, por mais que a população precise daquilo. A solução 2 também ia ser depois das eleições. Além disso o governo teria que gastar o tão prezado dinheiro dos impostos. E pra que, quando ele pode ser muito melhor “investido” em verba para publicidade (quase 100 milhões ao ano)?

Então veio a “brilhante” solução… favelização ferroviária. Fizeram um puxadinho da linha 2 para andar nos mesmos trilhos da linha 1 e ir de lá até Botafogo. O detalhe sórdido é que em parte do trajeto usa os trilhos que antes levavam os trens ao local de manutenção, dificultanto todo o trabalho de prevenção e conserto de danos. Deram o nome “linha 1A”, carinhosamente apelidada de  linha 1 Aberração. E pq? Porque o governo não precisou gastar um centavo. Prorrogou a concessão da empresa privada por 20 anos e em troca disso eles mesmos fariam as obras.

E porque isso é tão ruim? Além de dificultar a conservação dos carros acabou ligando 2 linhas antes independentes. Se algo interrompe o tráfego em uma delas a outra também pára. Impede que o intervalo entre os trens caia para menos de 3 minutos no futuro, mesmo com a compra de novos trens. Com o crescimento da cidade, cedo ou tarde os metrôs VÃO precisar de um intervalo de menos de 3 minutos.

E a imprensa? Engoliu tudo, pois é pró-governo do estado. Quase não se via uma crítica, e todas as reportagens sobre a linha 1A simplesmente repetiam a propaganda oficial do governo. Foi uma vergonha para os jornalistas dessa cidade que a mídia não tenha dado espaço as críticas de especialistas, como o engenheiro Fernando Mac Dowell. Aliás, só para constar, a grande maioria dos especialistas em transporte não aprovam esse projeto.

Disso eu já sabia antes da inauguração. Mas a realidade consegue ser pior, muito pior. A empresinha que ganhou 20 anos a mais de concessão, além das práticas absurdas que já tomava, como a validade dos bilhetes em 2 dias, enfiou os pés pelas mãos e criou uma desorganização nunca vista antes. Foram erros infantis, como inaugurar tudo em um dia de grande movimento, em vez de fazer vários testes em horários menos apertados. E o pior: é mal sinalizado, o que cria riscos de acidentes. Além dos problemas já esperados ela criou outros pela sua ineficiência.

Falta de conservação dos trens, pressão para diminuir os intervalos, má sinalização, falta de treinamento. Por tudo isso eu cada vez tenho mais certeza que é questão de tempo até um acidente fatal acontecer. Isso quase aconteceu na inauguração do sistema, onde várias pessoas passaram mal. Desde lá as coisas só pioraram. Há pouco tempo trás um vagão se soltou do resto da composição, o que só tinha acontecido uma vez em todos os anos de operação. É por isso que eu também evito ao máximo pegar metrô.

Tem até quem aproveite pra fazer piada da situação, como nesse cartaz colado por alguém no vidro da composição.

Enfim, o jeito é ficar em casa mesmo.

http://www.rioquepassou.com.br/2009/06/29/linha-1-a-do-metro-o-engodo-e-a-destruicao-do-sistema/

By Shaoran

O Rio de Janeiro continua lindo?

corcovado_overlooking_rio_de_janeiro_brazil

Não sei qual é a imagem exata que o pessoal de fora tem da cidade maravilhosa. A imagem (ou imagens) que o google passa é de um local lindo, só praias perfeitas, abençoado pelo Cristo. Apesar do pessoal saber da violência, será que tem alguma noção de até que ponto isso chegou? Será que sabem que essa cidade é praticamente uma prisão? Mas, para os cidadãos de bem?

Hoje venho fazer uma denúncia. Mostrar porque eu e mais uma quantidade enorme de pessoas não quer mais morar na referida cidade.

Quem gosta de sair de casa com medo de ser assaltado no ônibus, na esquina, no trânsito?

Quem quer ir ao shopping e ser abordado por pivetes pedindo dinheiro na praça da alimentação?

Quem quer correr o risco de ser atingido por uma bala perdida a qualquer momento?

Quem aguenta ser obrigado a mudar seu itinerário para evitar locais que, de tão perigosos, ficam impossíveis de se passar?

Quem quer deixar de ir a festas, sair a noite ou pegar a sessão de estréia do filme favorito as  24h sabendo que colocará a vida em risco ao voltar para casa?

Esta é a situação em que vivem os alegres cariocas. Uma situação de medo que afeta todas as amadas sociais. Assaltam taxistas, senhoras voltando do mercado, motoristas de moto-taxi, estudantes esperando o ônibus para a escola, professores subindo a passarela do metrô, motoristas e passageiros de ônibus, universitários indo a faculdade as 7h da manhã!

E não é só isso: há também as ameaças e intimidações. Mortes desnecessárias. Invasões e queimadas de transportes públicos. Arrastões. Barbaridades inomináveis.

Dá para se sentir seguro assim? E não importa o lugar. A zona sul é melhor policiada que outras áreas, mas isso não impede que aconteçam determinadas coisas. Afinal, a cidade está tomada de favelas, e isso trás uma marca ruim, não importa nde esteja.

favela2

As favelas estão se alastrando cada vez mais. Não há mais para onde fugir. Mesmo os lugares que ainda estão protegidos estão na reta do crecimento das moradias irregulares. Com isso, os imóveis estão cada vez mais desvalorizados e a violência cada vez mais irrefreável. Isso está levando a um movimento emigratório dos cariocas para cidades mais tranquilas e para outros estados. Assim que as pessoas conseguem uma situação mais estável, ou um jeito de ser transferidas no trabalham, saem aliviadas do Rio. Muitos amigos meus já se foram, vários outros estão de malas quase prontas. Frases  frequentes tem sido estas: “assim que meus pais se aposentarem, me mudarei para a cidade tal. Não aguentamos mais a violência.”, “assim que meu filho terminar a faculdade, vamos embora para o estado X”, e assim por diante. Eu estou nessa linha. Procuro imóveis em outros estados, e assim que puder, vou para bem longe.

Ah, mas assim, parece que em outros lugares não tem violência, não é? Claro que não. Todos os lugares tem algum índice de violência, por menor que seja. Mas acreditem, depois de viver no Rio, acho que estarei mais segura em qualquer outro lugar. Sei que nada se compara ao que os cariocas se expõem ao colocar seus pés fora de casa (e as vezes nem é preciso ir tão longe).

Resolvi contar alguns pequenos casos, que aconteceram comigo, ou com alguém do meu círculo de vivência (ou num local que frequento).

Assaltos ao ônibus de integração do metrô de Del Castilho ao Fundão (campus da UFRJ) são costumeiros (e a vários outros que passam na cidade universitária e, consequentemente, pegam a linha amarela ou vermelha). Costumam roubar desde dinheiro, celulares e MP4 a MATERIAIS DIDÁTICOS! Já não é ruim o suficiente a pessoa perder dinheiro e etc, e ainda perde TODOS os livros que, muitas vezes são das bibliotecas. Sem contar livros caros e raros, e a matéria que a pessoa teve o trabalho de copiar. Imaginem o dano? E o que farão com os livros depois? Provavelmente usar como papel higiênico… Agora pensem nessa situação: todos os dias os “rapazes” assaltam os ônibus entre 12h e 13h (horário de grande movimento). Umas 2 semanas depois, a notícia aparece na tv, aparece um carro da polícia lá, que fica por UMA SEMANA. E depois acabou, dali há um mês os bandidos podem voltar a ativa.

Há uma cabine da polícia na linha amarela. Motoristas já tentaram denunciar o assalto assim que ocorreu, o que fizeram? Bem… vou deixar vocês imaginarem.

Então os ladrões começam a achar que sair da rotina é divertido. E resolvem assaltar o ônibus as 7h da manhã! ônibus cheio, pessoal indo para a primeira aula. Por que não aproveitar a manhã, quando os universitários ainda não gastaram o dinheiro em almoço e xerox?

E vai além. Assassinato. Em um desses assaltos, um dos ladrões simplesmente atirou no pobre do cobrador, que não tinha feito nada. Morreu lá, sem nem saber o porque. Mas nós sabemos o motivo: pura maldade.

Ainda falando do mesmo campus, mas descendo do ônibus. Imaginem uma turma fazendo prova, quando entra um homem e declara assalto? Imaginem uma professora no estacionamento pegando seu carro, quando é abordada por dois meninos pequenos, com roupa de escola pública, armados, tentando assaltá-la? A professora liga para o segurança da faculdade. Sabem o que ele diz? “Sou segurança patrimonial. Não posso fazer nada.” Ela avisa ao rapaz do estacionamento, sabe o que ele diz? “Não posso sair da cabine.”.

Já ouviu falar em São Cristóvão? Museus, Quinta. Foi residência imperial. Feira nordestina. Arrastão de assaltos mês passado. Sol a pino. Bairro com delegacia e quartel do exército! Devo ressaltar que esse tipo de assalto costuma ocorrer nas belíssimas praias também…

Já pensou em fazer suas compras de natal em um shopping, sentar na praça da alimentação, e na hora de levantar, perceber que sua sacola foi furtada? Você reclama e nada acontece, ninguém se mexe. Câmeras para que? Aquilo é só enfeite. Aconteceu comigo. Uma semana depo, no mesmo shopping, o mesmo caso se repetiu com um casal. E me disseram que havia acontecido também uns dois dias antes de acontecer comigo. Nome do shopping? Vou dizer sim, Nova América. Digo, porque sempre foi um dos shoppings que mais frequentei, e não nego que continuo frequentando. Porém, não consigo mais me descontrair como antes. Esse tipo se situação me faz dar nota zero apenas para a segurança desse shoppingVi que acontece o mesmo tipo de coisa em outros shoppings do Rio. E uma amiga já foi assaltada em um corredor de telefones públicos dentro do Madureira shopping (o cara estava armado!). Estejam atentos.

Essa já aconteceu em VÁRIOS shoppings: pivetes pedindo dinheiro na praça de alimentação. De mesa em mesa. E mais: já quase pisei em meninos de rua que estavam dormindo enrolados em cobertor EXATAMENTE na entrada do shopping!

Bala perdida no metrô. ônibus mudando de rota por causa de tiroteio na favela tal. E vira-e-mexe os bandidos simplesmente resolvem escolher um (ou mais) ônibus a dedo para tacar fogo! Tenho muito medo disso.

Em menos de um mês, minha sogra quase teve o carro roubado. Todas as vezes durante o dia, e ela escapou por pouco. A mãe de um amigo parou de sair a noite com medo disso, já havia sido abordada no trânsito várias vezes. Acabou se mudando para a região dos lagos e não quer mais saber do Rio.

Essa é frequente: imagina você pegar um ônibus, e quando este para em determinados pontos para pegar/deixar passageiros, é invadido (pelas portas traseiras e janelas!) por um bando de pivetes? É uma situação realmente horrível para os passageiros: nunca sabemos se eles vão tentar nos assaltar, fazem baderna no bus, ficam ouvindo/cantando funk alto, cheiram mal, fumam e até cheiram cola! Muitas pessoas descem assim que eles sobem (ou seja, são obrigadas a pagar outra passagem). Nenhum passageiro gosta. A maioria dos motoristas e cobradores se deixam intimidar. Mas em algumas raras vezes eles não aceitam essa situação e expulsam os pivetes sob uma enxurrada de ameaças. Perigoso, não? Mas fico realmente satisfeita quando não deixam eles permanererem no ônibus. Me sinto mais segura. Muita gente pode achar isso preconceituoso, mas acreditem, o abuso e intimidação que esses meninos fazem, o terror que eles colocam nas pessoas… é de admirar quando alguém consegu aceitar numa boa.

A intimidação também ocorre em relação a motoristas de carro. Ao parar nos sinais, sempre tem uns pivetes (alguns já marmanjos) que jogam uma água suja nos vidros do carro e  pedem dinheiro. Quando a pessoa nega, começam a xingar, as vezes chutam o carro, fazem tudo para deixar a pessoa acuada.

Já assaltaram um senhor que mora aqui perto que estava indo trabalhar. Ele estava com pouco dinheiro e com uma marmita. Pasmem. Levaram até a marmita!

Andar em Copacabana e não ser abordado por pivetes é algo que nunca me aconteceu.

Um amigo estrangeiro foi assaltado no dia seguinte em que chegou no Rio, por um pivete, em Copacabana. Ele saiu do hotel e estava indo até o metrõ para me encontrar. No caminho até a estação, foi abordado pelos pivetes.

Uma professora foi assaltada na rodoviária do Rio ao voltar de São Paulo. Levaram tudo!

Tem vários outros casos, mas não pretendo ficar aqui escrevendo por horas a fio. Já deu para ter uma idéia né? É preciso não se deixar levar pela imagem de um lugar perfeito. Ou imaginar que a violência ocorre apenas dentro das favelas. Também não estou negando que o Rio tenha lugares realmente bonitos e maravilhosos. O Rio é uma bela cidade, e creio ter sido ainda mais, antes de ser poluída pela mancha deixada pelas favelas, pelo rastro de sangue e medo que se espalha, fazendo com que nós, que queremos aproveitar essas maravilhas, sejamos obrigados a ficar presos em nossas casas, com medo do pior. Nos fazendo prisioneiros na nossa própria cidade. Um lindo cenário para um filme de terror.

PS.: Optei pelo termo “favela” para me referir principalmente ao que está por trás (tráfico), ou seja, ao principal responsável pela violência.

favela

É isso. Caso venham ao Rio, aproveitem bem, mas mantenham-se sempre atentos!

Até!

By Jennysakura